quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Ministério da Saúde faz alerta no dia de combate ao câncer de próstata

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Depoimentos dos entrevistados

"É estranho receber o toque de outro homem."
C.B.A.

"Fiz o exame porque minha mulher insistiu, mas é muito constrangedor"
B.G.P.

"Cuido da minha saúde e não vi problema em fazer o exame"
D.D.S.

Barreiras existentes na realização do exame

Barreiras culturais: a cultura machista inibe o homem de se  prevenir não só do câncer de próstata, mas de forma geral, ele tem mais dificuldades em ir ao médico regularmente, a mulher freqüenta constantemente o ginecologista, mas homem quando deixa de ir ao pediatra, não se importa muito em se prevenir. E quando ele vai na maioria das vezes é com o incentivo da esposa.
A construção social do conceito de masculino e feminino é bem diferente, eles agem de maneira diferenciada porque são influenciados pela construção de uma feminilidade e masculinidade ditada por sua cultura, ou seja, os indivíduos são estimulados a adaptarem-se a estereótipos que os leva a assumir normas dominantes de feminino e masculino. Tais normas, culturalmente construídas, podem suscitar sentimentos e comportamentos que se diferenciam por gênero.
O homem se sente invulnerável a doenças, muitas só freqüentam o médico em ultimo caso, quando a doença já está avançada. Eles vêem a prevenção como um sinal de fragilidade, como coisa de mulher, o que poderia colocar em risco a sexualidade masculina. E o que poderia ser resolvido num posto de saúde toma proporções maiores, sendo necessário um atendimento mais complexo.
O SUS já possui um programa voltado para a população masculina que se chama Programa Nacional da Saúde do homem, desde 2009, que incentiva o cuidado da saúde masculina. Programas como este representam um ganho de qualidade de vida para a população masculina, mas também são ótimos para o SUS,que pode ter um custo mais baixo,pois podem ser realizado em postos de saúde,sem a necessidade de um hospital de alta complexidade.
§        Barreiras institucionais: outro problema que impede os homens de se prevenirem é o horário das consultas médicas coincidirem com o horário de trabalho, ou as longas filam o fazem perder um dia de trabalho. Ele muitas vezes preza mais o seu trabalho do que a sua saúde, pois o trabalho é visto pela sociedade mais como uma obrigação do homem, já a prevenção da saúde como coisa de mulher, e eles desde muito cedo são educasos desta forma. É necessário rever a forma de educação masculina, a posição de machão e inserir um novo conceito de masculinidade.


Barreiras médicas: outro fator é falta de postura adequada dos profissionais de saúde e as consultas muito curtas. O homem tem mais dificuldades para falar de seus problemas, e o médico nem sempre é moderador dessa relação.
No sistema básico de saúde o homem é consultado por um clínico geral, pois não há um especialista para o problema (urologista ou cardiologista), que não é treinado para realizar exames de toque retal.

Considerações gerais do câncer de próstata

Segundo dados do INCA o câncer de próstata é a segunda doença mais freqüente entre os homens, ficando apenas atrás do câncer de pele não-melanoma, e é o sexto tipo de neoplasia mais freqüente no mundo.
Na maioria dos casos a progressão da doença é muito lenta, por isso é necessária a visita ao urologista pelo menos uma vez ao ano.
O Instituto Nacional do Câncer publicou no ano passado a “Estimativa 2010: Incidência de Câncer no Brasil”, e de acordo com esta estimativa no ano de 2010 houve 52.350 novos casos de câncer de próstata, uma incidência de 54 casos para cada 100.000 homens. Esta alta incidência de câncer no Brasil revela o preconceito ou mesmo a desinformação de muitos homens quanto o diagnóstico da doença. Existem três métodos para o diagnóstico do câncer, que são:
  • O PSA: que é um exame de sangue que mede níveis de uma substância relacionada com alterações presentes na próstata. Quanto mais elevado for o valor do exame pode significar que há alguma alteração maligna nas células dessa glândula. Entretanto nem sempre um valor alto é considerado como um câncer, pois um valor alto pode ser devido a alguma alteração da próstata, como um toque retal recente. Esse exame não é sempre confiável porque muitos pacientes com câncer de próstata não tem esse exame alterado, ou outras doenças podem alterar o resultado do exame. Portanto ele é um exame complementar. Quando associado ao toque retal apresenta grandes resultados.
  • Ultra-sonografia transretal ou ecografia transretal: é um exame semelhante ao da próstata, na qual um transdutor é inserido no reto do paciente, e assim é possível visualizar por um monitor alguma alteração na próstata. Ele é  geralmente indicado apenas quando o homem apresenta o teste sangüíneo alterado.
  • Toque retal: nesse exame o médico introduz o dedo indicador no reto do paciente, para sentir algum aumento, ou o endurecimento, ou a presença de algum nódulo na próstata.

A prevenção do câncer de próstata deve começar aos 40 anos em homens que já tem histórico familiar com a doença, e aos 45 anos em geral.
O câncer de próstata é assintomático na maioria dos casos, entretanto alguns homens podem adquirir o hábito de levantar várias vezes à noite para urinar, além de dor e dificuldades no ato de urinar.
Quanto mais diagnosticado precocemente melhor, pois a cirurgia da próstata pode causar impotência ou incontinência urinária.